Museu no coração de Sevilha, Espanha, celebra a cultura flamenca

Quadro que integra o acerto do Museo del Baile Flamenco (Foto: Lalá Ruiz)

Localizado no coração de Sevilha, cidade considerada uma das três joias da Andaluzia, na Espanha (as outras são Granada e Córdoba), o Museo del Baile Flamenco reverencia essa que é uma das expressões artísticas mais emblemáticas da península ibérica. Criado em 2006 pela bailaora, coreógrafa e atriz Cristina Hoyos, um dos maiores nomes do flamenco de todos os tempos, o museu é parada obrigatória para quem quer conhecer um pouco mais sobre o estilo que recebeu da Unesco, em 2010, a outorga de Patrimônio Imaterial da Humanidade.

Quando digo que o museu fica bem no coração da cidade andaluza, não é mera figura de linguagem. A instituição funciona em um edifício do século 18 no Centro Histórico de Sevilha, erguido sobre as colunas de um antigo templo romano, na intersecção das ruas onde a cidade foi fundada, no bairro de Santa Cruz. Sob suas paredes está enterrado um recipiente com exemplares da Bíblia, do Corão, do Talmude e de escrituras hindus, em referência às raízes cristãs, mouras e judaicas da cidade, e também à Índia, país de origem dos ciganos, povo que deu vida ao flamenco.

Objetos típicos de um tablao flamenco (Foto: Lalá Ruiz)

Trata-se de um museu interativo, ao estilo do Museu do Futebol, em São Paulo, com vídeos sobre as origens e a evolução do flamenco ao longo dos anos, e os diferentes tipos de baile e de cante. O museu também dispõe de um acervo de figurinos e fotografias de ícones do gênero, além de uma coleção de arte flamenca e de alguns artefatos utilizados na fabricação de sapatos e castanholas. O local ainda possui um simpático café e uma loja que vende de souvenires a CDs e livros sobre flamenco.

Figurinos em exposição (Foto: Lalá Ruiz)

Porém, mais do que preservar a memória, o Museo del Baile Flamenco é um museu vivo, com uma escola de dança que oferece aulas de baile, guitarra, cante flamenco, percussão, ritmo e compasso com palmas e cursos temáticos, e um tablao onde são realizados shows diários, sempre com um elenco diferente, de qualidade inquestionável e que passam ao largo dos espetáculos "fisga turista". O que assisti, por exemplo, tinha no elenco o diretor da escola, Victor Bravo. Como os shows são muito disputados, aconselho a compra antecipada dos ingressos.

Show de flamenco no tablao do museu (Foto: Lalá Ruiz)

A IDEALIZADORA

Idealizadora do Museo del Baile Flamenco, Cristina Hoyos nasceu em Sevilha, em 13 de Junho de 1946. Bailaora, coreógrafa e atriz, iniciou a carreira profissional aos 12 anos, no espetáculo Galas Juvenilles. Em 1969, entrou para a companhia de Antonio Gades (1936-2004), na qual permaneceu por quase 20 anos. Com o grupo participou dos filmes Bodas de Sangue (1981), Carmen (1983) e Amor Bruxo (1986), do diretor Carlos Saura. Em 1988, criou o Ballet Cristina Hoyos. Se apresentou na abertura da Olimpíada de Barcelona, em 1992.

SERVIÇO

Museo del Baile Flamenco
Calle Manuel Rojas Marcos Street, 3, Barrio de Santa Cruz, Sevilla, Espanha
Site: www.museoflamenco.com
E-mail: info@museoflamenco.com
Horário de funcionamento: Aberto diariamente, das 19h às 20h
Horário dos shows: 19h (o ano todo) e às 19h e 20h45 (na alta temporada)
Preços:
Somente para visita ao museu: 10 euros, 8 euros (maiores de 65 anos e estudantes) e 6 euros (crianças até 12 anos)
Somente para o show de flamenco: 20 euros, 14 euros (maiores de 65 anos e estudantes) e 12 euros (crianças até 12 anos)
Combo museu + show: 24 euros, 18 euros (maiores de 65 anos e estudantes) e 20 euros (crianças até 12 anos)
*Durante a alta temporada, há a possibilidade de um terceiro show, às 17h. Nos dias 24 e 31 de Dezembro, os preços são diferenciados (consulte o site)

**Texto publicado originalmente em 30 de Maio de 2016 no site lalaruiz.com.br, que saiu do ar em Setembro de 2019 por problemas com a empresa de hospedagem. 

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